terça-feira, 31 de março de 2020

Aos condutores da faixa do meio

Com certeza que, assim como eu, os meus amigos condutores que se deslocam em autoestrada com três faixas já repararam num flagelo chamado "condutores de faixa do meio".

É bastante antiga a fama que têm os molengas de estrada de andar a pisar ovos. Em situações extremas, já sem paciência, o meu avô dizia que eles estavam a separar a clara da gema, o que eu sempre achei um piadão, essencialmente porque sentido de humor não era uma das qualidades do meu avô.

Então, já repararam certamente que esses condutores super zen, por vezes, circulam calmamente na faixa da direita, cumprindo (e muito bem) o limite de velocidade em que se sentem confortáveis (ou seja, MEGA devagar!) e subitamente, assim que veem uma saída, se atiram para a faixa do meio, em pânico que a faixa da direita sucumba e os leve a um universo paralelo em chamas, governado por hienas gigantes e famintas, ou coisa que o valha.

Certo dia, um desses condutores, em plena A5, além de recear ser engolido pela faixa da direita, precaveu-se e, depois de se atirar com toda a pujança para a faixa do meio, logo em seguida, fez o mesmo para a da esquerda, onde eu estava, não fosse acontecer o mesmo à do meio, provocando, no meu pobre peito uma taquicardia que esteve a um danoninho de me levar à urgência do hospital mais próximo. E depois lá continuou, calma e alegremente, em velocidade tartaruga, em direção ao seu destino, na faixa da esquerda. E eu fiquei a hiper ventilar e a controlar o ataque de pânico que o moço (ou moça, não sei) me provocou.

Assim, envio por este meio uma carta aberta aos adeptos do pisamento de ovo nas estradas portuguesas. Afinal, as redes sociais são um ótimo meio para estes desabafos.

Então, aqui vai:

Caro amigo comparsa condutor que pratica ioga ao volante em plena autoestrada,

Vamos lá a ver, se a dita estrada está equipada com três faixas, há que utilizá-las à vontadinha, mas convenientemente. A faixa da direita é para circular a malta toda, que vive em estado permanente de calma (que eu muito admiro e invejo), a qualquer hora do dia ou da noite, dando oportunidade a toda a família de usufruir das belas paisagens portuguesas com todo o pormenor. Mas não receie, caro amigo. A faixa da direita não se evapora como álcool em dias de verão. Se o meu amigo estiver atento às setas que aparecem desenhadas no asfalto, as mesmas indicam quando há uma faixa que vai acabar, e tal não acontece assim, num estalar de dedos ou num piscar de olhos... a coisa dá-se com calma. E há tempo para mudar de faixa com toda a segurança. Muito tempo aliás, tendo em conta a velocidade a que o meu amigo se desloca. Assim sendo, atente às indicações que lhe são fornecidas no chão ou nas tabuletas que são tão úteis a todos e deixe-se estar na sua faixa sem se atirar para cima do resto do pessoal que não partilha dessa sua qualidade de circular com toda a calma do mundo.
Pode ser?

Pronto, já desabafei. A liberdade de expressão é fixe. Obrigada, Capitães de Abril!

sábado, 21 de março de 2020

Esta prima que se chama Vera

Veio tímida.
Fria, estranha, cinzenta e triste.
Chegou entre pingos de chuva e no meio de receios, angústias e incertezas, mas também na esperança de um futuro risonho.
Veio tímida, mas veio.
E deu-me uns minutos de Sol para eu conseguir esta fotografia.
Bem vinda, Primavera! 🌼


sexta-feira, 20 de março de 2020

Em época de isolamento, hoje fui fazer uma caminhada. Sem ajuntamentos, claro!

Peguei nos ténis com teias de aranha, no smartwatch que ressonava dentro da gaveta da mesa de cabeceira, acordei os músculos que se julgavam de férias nas Maldivas e lá fui eu.

Não foi uma longa caminhada, mas, neste momento, tenho o smartwatch a fumegar de cansaço e os músculos em protesto, a organizar uma manifestação reclamando excesso de trabalho.


quinta-feira, 19 de março de 2020

Posta n° 1 (de pescada, que o bacalhau está escasso)

Volta e meia, gosto de escrever umas coisas. Coisas que, na verdade, não interessam grande coisa a ninguém em especial, mas que eu escrevo porque me dá um gozo tremendo e porque escrever é viciante e faz bem à alma (à minha, pelo menos)... ainda que sejam apenas alguns disparates.

Então é para isso que inicio este blogue, para arquivar os meus devaneios escritos, para os recordar um dia e na esperança de que alguém com muito pouco juízo ache que vale a pena lê-los.

Em época de quarentena, há uns que arquivam papel higiénico e latas de atum e depois há os outros, que arquivam textos. Vá, do mal o menos. Antes textos!

Plano de fuga

Estou desconfiada de que os meus gatos estão fartos de companhia 24/24 e que andam a planear uma fuga de casa, começando pelo apuramento da...